Quem é ela?

Quando lancei minha candidatura a presidente da Associação Comercial e Industrial de Goiás (ACIEG) eram frequentes as perguntas sobre quem é essa empresária postulante a futura presidente da Acieg, quais experiências possui, de onde vem, qual a sua história.

Este post foi escrito no inicio de 2011 com o objetivo de responder a algumas dessas perguntas.

É um exercício difícil contar a própria história. Por outro lado, não deixa de ser uma revisão interessante da nossa vida, ainda mais numa abordagem mais pessoal e menos curricular.

Nasci no interior de Goiás, primeira filha de uma série de oito filhos de pais muito humildes.

Com 15 anos vim estudar em Goiânia. Através de uma prova de seleção, consegui uma bolsa de estudos para o curso Normal no Colégio Santa Clara. Para manter a bolsa, eu precisava manter notas altas o tempo todo, mas este esforço garantia uma educação de primeira linha, impossivel de obter de outra forma.

Destinadas a moças ricas de Campinas, as aulas reforçavam a educação clássica e a formação de professoras primárias, futuras alunas do curso de Filosofia, além é claro da preparação para sermos boas esposas, mães e donas de casa.

Mas meu sonho era ser engenheira, embora gostasse muito das aulas de grego, latim e prendas do lar (acredite, isso já existiu). Findo o Normal (vem daí a expressão normalista) fui para o cursinho para aprender de forma concentrada os segredos da matemática, química e física, disciplinas essenciais para o curso que eu pretendia fazer e que não eram ministradas no Normal.

Depois de um ano de grande esforço, consegui passar no vestibular para Engenharia Elétrica da UFG em 1972. Logo em seguida passei no concurso da Caixa Econômica Federal. Estudava durante o dia e trabalhava a noite. Foi nessa época que tive meu primeiro contato com informática, ajudando na implantação do primeiro sistema de conta corrente da Caixa.

Conheci meu marido na faculdade. Casamos e mudamos para Porto Alegre.

Consegui me formar em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 1979, mesmo ano em que nasceu nossa primeira filha, Maíra. Dois anos depois voltamos para Goiânia. Aqui nasceu nossa segunda filha, Cecília.

O desejo de empreender nos levou a iniciar uma empresa em 1989. Assim, 22 anos atrás fundamos a Multidata Tecnologia, empresa com foco em redes locais e de longa distância.

Logo no início senti a importância de conhecer pessoas e obter informação e formação como empresária. Nessa fase em que o sonho do próprio negócio se mistura com a dura realidade de uma empresa recém criada, tive a sorte de conhecer a Acieg e o Sebrae, que fizeram toda a diferença.

Percebi naquela época que minhas angústias eram muito parecidas com a de outros empreendedores em início de negócio: falta de conhecimento básico sobre gestão e mercado.

A Internet e o Google ainda estavam sendo gestados e a atualização tecnológica vinha das feiras Fenasoft e Comdex, em São Paulo. Conheci a Sucesu e pouco tempo depois já participava ativamente da diretoria com a responsabilidade de preparar o primeiro Seminário Internacional de Informática em Goiás. Paulo Borges era o presidente da Sucesu. Juntos, organizamos dez feiras de informática e inúmeros seminários.

Em 96, participante ativa da Acieg, fui diretora secretária na gestão de Malkom Merzian e continuei a participar da diretoria desde então.

Em paralelo, a luta na Multidata continuava. Além disso, criamos uma nova empresa, a Acttive Software, focada em sistema de gestão da qualidade e estratégia. Na sequência, abrimos filial em São Paulo e Brasília.

Meu sócio na empresa e na vida, respondia pela área comercial e conquistava grandes clientes. Para melhorar meu desempenho como administradora, fiz MBA em Gestão Empresarial. Tive depois a oportunidade de fazer um curso de Gestão de Empresas de TI pela Universidade de Stanford na Califórnia.

Participei da COMTEC desde a sua criação e ainda hoje tenho assento no CDTI – Conselho Temático de Tecnologia e Inovação da FIEG, representando o segmento de TI.

Participei da criação da Junior Achievement em Goiás para fomentar o empreededorismo entre jovens entre 15 e 17 anos de idade, que através de 3000 voluntários já treinou mais de 62 mil jovens em Goiás.

Em 2007 recebi a “Medalha do Conhecimento”, homenagem outorgada pelo Ministério da Indústria e Comércio,  destinada a empresários que se destacam pela sua contribuição ao desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira.

O tema inovação sempre me atraiu muito, pois acredito que as empresas precisam tentar novas maneiras de fazer o dia a dia. Tenho particular interesse em programas para fomento de inovação para micro e pequenas empresas.

Acredito na viabilidade de direcionar a pesquisa acadêmica na forma de projetos que proporcionem ganho de produtividade e competitividade para as empresas goianas.

Penso também que e possível fomentar a terceirização de processos de grandes companhias  através de micro empresas criadas para este fim e com o incentivo de recursos para a inovação.

Essa ação pode ser financiada pela Lei do Bem, na forma de isenção de impostos federais para projetos de inovação e pesquisa, pouquíssimo utilizada em Goiás.

Tenho muitos sonhos como representante do setor produtivo.

Quero lutar pela criação do Conselho de Defesa do Contribuinte, uma especie de Procom a quem o contribuinte poderá recorrer em caso de necessidade.

Este Conselho atuará com base no Código de Defesa do Contribuinte.  que visa definir com clareza as responsabilidades e os direitos dos contribuintes, a exemplo do que foi feito em outros estados que já avançaram nessa área como São Paulo e Minas Gerais.

O Governador Marconi Perillo prometeu para breve, o início das operações do Vapt Vupt Empresarial na Junta Comercial. Nosso papel será sugerir serviços e monitorar os prazos e qualidade de atendimentos aos empresários que precisam reduzir a burocracia para viabilizar seus negócios.

O setor produtivo como um todo deve lutar cotidianamente contra a pesada carga fiscal que torna os preços dos produtos brasileiros tão altos e combater com garra a volta da CPMF.

Devemos dar sugestões de racionalização da cobrança de impostos para reduzir o tempo dedicado ao atendimento de exigências fiscais e reduzir os custos do Estado com os mesmos processos.

Sou muito perseverante na busca de resultados e estou pronta a dedicar uma parte substancial do meu tempo para avançarmos na luta pelo setor produtivo. Sei que posso contar com o apoio e a experiência de empresários atuantes na diretoria da Acieg para realizarmos um bom trabalho.

O voto de confianca dos associados da Acieg aumenta a minha responsabilidade e o comprometimento com as causas do setor produtivo.

Tenho como exemplo inspirador o brilhante trabalho realizado pelo atual presidente Pedro Bittar e a certeza de que minha fé em Deus me orientará nos momentos difíceis.

Vamos compartilhar!